Calote na conta de luz cresce 12% no Tocantins

22/07/2015

Manter as contas de luz em dia está bem mais difícil neste ano. Pelo menos é o que apontam os índices de inadimplência da Energisa, empresa responsável pela distribuição de energia elétrica no Tocantins. Apenas em junho deste ano, o índice de consumidores com contas em atraso subiu 12,47% em relação ao mesmo período do ano passado.

Ao menos 2,27% dos clientes da empresa não arcaram com os valores da conta dentro do prazo no mês passado. Isso quer dizer que cerca de 12.620 tocantinenses estão inadimplentes no que diz respeito à conta de luz. Ao todo, a Energisa atende quase 556 mil unidades consumidoras em todo o Estado.
Para a empresa, apesar de serem maiores do que no ano passado, os índices atuais não podem ser considerados altos. “Já esperávamos um índice como esse, mas o nosso objetivo é manter a inadimplência no menor patamar possível”, argumenta o gerente de Serviços Comerciais da empresa, Peterson Portela.

A empresa já contava com o aumento no índice de inadimplência em função dos dois aumentos na tarifa realizados neste ano. Juntos, os recentes reajustes implicaram em 10,64% a mais na conta de energia no final do mês. Tudo isso, aliado ao atual cenário de instabilidade econômica, contribui para a momentânea falta de pagamentos.

Corte

Para o especialista em educação financeira Fábio Martins, a insegurança na economia do País tem um impacto direto no pagamento de contas fixas, como a energia. “É uma inadimplência temporária, mas recorrente”, explica, ao dizer que por ter juros mais baixos a conta de luz acaba sendo eleita para ficar “em aberto” até o próximo mês, antes de o consumidor ter o fornecimento suspenso pela concessionária.

De acordo com a Energisa, o prazo médio para o desligamento da energia para o consumidor inadimplente é de 45 dias a partir do vencimento da fatura. Isso porque a empresa tem 15 dias a partir do reaviso de atraso (que geralmente é entregue junto com a conta do mês seguinte ao vencimento) para suspender o serviço.

No entanto, o consumidor que tem contas em atraso precisa ficar atento, já que o corte da energia não é a única consequência da inadimplência. Para faturas acima de R$ 80,00, o devedor pode ter o nome negativado a partir de 15 dias após o vencimento da conta. “Esse prazo varia de acordo com o valor do débito”, afirma Portela.

Para evitar o corte, e o nome sujo na praça, há critérios próprios de negociação. A própria concessionária se dispõe a tirar as dúvidas dos clientes em atraso. “O parcelamento da dívida não costuma ser feito para apenas uma fatura em atraso”, alerta o gerente.

Outra ação para evitar atrasos está no estímulo ao consumo consciente, que acaba gerando contas mais baixas no final do mês e, consequentemente, de pagamento mais acessível.

Além de incentivarem o calote, o desaquecimento da economia e as tarifas mais altas também influenciam no crescimento de outro índice, o de furto de energia elétrica – os chamados gatos. “Para coibir esse tipo de situação (de ligações clandestinas), nossas equipes têm intensificado o trabalho de fiscalização. O gato é crime, previsto no código penal.”

Orientação
Para não atrasar o pagamento de conta, a dica do especialista em educação financeira Fábio Martins é adequar o vencimento da fatura à data do recebimento do salário. “A energia é um item essencial e não pode ser deixada de lado. Ela representa 15% do orçamento familiar.”

Já o especialista em Planejamento de Sistemas Energéticos e professor dos cursos de Engenharia da Faculdade Católica do Tocantins Joel Zukowski Júnior orienta a gastar menos para poder arcar com a conta no final do mês. As dicas de mudanças de hábitos são simples, mas eficazes. “É possível gastar entre 30% e 40% a menos de energia”, garante.

A primeira orientação é dar preferência para a compra de produtos com baixo consumo de energia. “Equipamentos com selo padrão A, de acordo com as normativas da Procel, consomem até 50% a menos do que aqueles com certificação D”, lembra o professor.

Abrir menos a geladeira, investir em lâmpadas mais econômicas (fluorescentes), aproveitar a luz solar, reduzir o tempo do banho quente – o chuveiro é responsável por 30% do consumo de energia de uma residência – e até trocar a fiação elétrica são outras ações que ajudam a garantir um gasto menor com a energia.

Fonte: Jornal do Tocantins